segunda-feira, 21 de abril de 2008

Isolamento Social - voluntário ou não?


Embora o isolamento social possa ser uma opção feita por algumas pessoas, é necessário avaliar se este comportamento está relacionado a algum distúrbio mais grave. Enquanto para alguns, esta forma de isolamento é fruto de uma escolha consciente, para outros ela pode ser uma consequência de um quadro de fobia. Saber diferenciar o isolamento social voluntário do isolamento social causado por fobia, é um factor decisivo para o tratamento do problema.

Avançamos por isso com uma possível definição:
Fobia, de um modo geral, é um medo infundado, motivado por algum objecto ou situação real ou imaginária. Normalmente, inicia-se na infância ou na adolescência, tem evolução crónica e tende a não desaparecer sem tratamento. Caracteriza-se pela presença de uma forte reacção de ansiedade sempre que a pessoa enfrenta ou vai enfrentar uma determinada situação.
É portanto importante compreender que o ser humano é complexo e está o tempo todo a influenciar e a ser influenciado por pessoas e situações. É normal e até esperado que surjam problemas na sua trajectória de vida. O importante é identificar e tratar a tempo esses problemas, para evitar que a vida se torne um fardo pesado para si e para os que estão a sua volta.

Hikikomori - Fenómeno Cultural

O fenómeno hikikomori, tido como problema de saúde pública no Japão e que se estima afectar mais de 50 mil japoneses, é um exemplo de como o isolamento social se pode tornar um problema social alargado a uma grande massa populacional fruto de fenómenos culturais como a Internet, os videojogos ou os animes.
Podemos designar os “hikikomori” (termo japonês) como sendo indivíduos que demonstram um comportamento de extremo isolamento doméstico. São geralmente jovens entre 18 a 35 anos que se retiram completamente da sociedade, vivendo como eremitas, excluídos de qualquer forma de vida social. Em geral, moram com os pais, e os que trabalham possuem uma interacção mínima com outras pessoas. Geralmente esses indivíduos isolados se dedicam a Internet, mangas, animes e vídeo games como forma de preencher seu tempo e viver num mundo isolado.
Não apenas no Japão, os Hikikomoris podem ser encontrados em qualquer grande centro urbano do mundo, com incidência em famílias onde o poder de compra é maior, onde estes propiciam aos filhos tecnologia e conforto para ocupar o tempo aumentando o tempo de dependência dos pais.

Palestra - Data

Conforme havia sido anunciado, o nosso grupo organizará uma palestra, que ocorrerá no próximo dia 19 de Maio (Segunda-Feira), pelas 12.00h, na biblioteca da escola. Mais uma vez, o grupo deixa o convite a que todos tomem lugar nesta conferência, que será, com toda a certeza, muito enriquecedora.

Massacre de Columbine - foi há 9 anos



Liceu de Columbine, 20 de Abril de 1999. As câmaras de vigilância gravam cenas de pânico. Dois adolescentes entram na cafetaria da escola. Armados até aos dentes, abrem fogo com metralhadoras e caçadeiras de canos cerrados. Também têm bombas. Na biblioteca, a carnificina é devastadora. Os dois jovens filmaram-se a si próprios dentro da escola. Na ficção, vingam-se da humilhação quotidiana. A cena impressiona. Têm vestidas as mesmas roupas que usaram no massacre, como se de um ensaio geral se tratasse. No filme, o ódio explode em frente à câmara. As imagens foram feitas pouquíssimos meses antes do dia fatídico. A fronteira entre a ficção e a realidade é demasiado ténue no massacre de Columbine. À semelhança de tantos outros, este caso não deu em nada. Arrasta-se nos tribunais há anos. Foram instaurados mais de 50 processos, nomeadamente contra a família dos assassinos, contra os vendedores de armas, até contra o xerife. Nove anos após o massacre, a culpa vive ainda solteira no liceu do Columbine.


in "SIC Online"

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Investigadores descobrem marcas da solidão nos genes

O padrão molecular dos indivíduos que ao longo da vida não desenvolveram relações de proximidade, considerados em solidão crónica, afinal é diferente do das pessoas sistematicamente incluídas em redes sociais. É como se a solidão fosse uma molécula ou deixasse uma impressão digital no organismo, diz o estudo publicado pela revista científica "Genome Biology".
Já se sabia que o envolvimento social de uma pessoa tinha efeito no seu estado de saúde mas não era certo que as doenças cardíacas, infecções virais ou o desenvolvimento de cancros, mais frequentes em indivíduos em determinados contextos sociais estivessem relacionadas com factores biológicos e não com condicionantes exteriores consequentes, como a falta de assistência física ou económica proporcionada pelas redes pessoais.
“O que este estudo revela é que o impacto biológico do isolamento social interfere com alguns dos nossos processos internos mais básicos, ao nível da actividade genética”, disse Steve Cole, um dos investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), responsáveis pelo estudo. “Descobrimos que alterações na expressão genética das células do sistema imunitário estão directamente ligadas à experiencia subjectiva da distância social”.
Os investigadores monitorizaram a actividade genética nos glóbulos brancos, elementos vitais no sistema imunitário. Dos 14 participantes em estudo, seis foram colocados no topo da “escala de solidão” (desenvolvida em 1970 pela UCLA) e os restantes obtiveram classificações subtancialmente inferiores.
Analisado o sangue dos participantes, descobriram 209 diferenças entre os dois grupos: as pessoas mais isoladas tinham 78 genes mais activos e 131 com menor expressão, o que reforçou a tese de uma alteração molecular nos indivíduos numa situação de solidão crónica.
“As diferenças que encontrámos não dependiam de outros factores de risco, como o estado de saúde, a idade, o peso ou o tipo de medicação. As alterações eram até independentes do tamanho objectivo da rede social de uma pessoa”, disse Steve Cole.
A confrontação das funções destes genes com os problemas registados entre os indivíduos em isolamento social revelaram uma nova chave para o problema: entre os genes mais activos nos indíviduos solitários estavam alguns envolvidos no sistema imunitário, nomeadamente nas reacções inflamatórias. Os menos activos tinham papéis fundamentais nas respostas anti-virais e produção de anti-corpos.
“Estas descobertas fornecem novos alvos moleculares para o esforço de tentar travar os efeitos negativos do isolamento social”, explicou o responsável.
Segundo os investigadores, esta diferença no padrão molecular reflexo da situação social de isolamento nos indivíduos pode vir a ser utilizada enquanto marcadores biológicos para se desenvolverem tratamentos de forma a reduzir os impactos negativos na saúde.


in "Público", 13 de Setembro de 2007

Palestra - Presença Confirmada

Com vista à realização da palestra anteriormente anunciada, o grupo confirmou a presença do Dr. Gil, assistente social no Centro de Acolhimento e Formação de Jovens em Caminhada (CAFJEC).

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Esquizofrenia: uma das consequências

Em muitos casos, os indivíduos com esquizofrenia foram crianças tímidas, introvertidas, com dificuldades de relacionamento e com pouca interacção emocional. As crianças apresentam ainda dificuldades ao nivel da atenção e do comportamento. Durante a adolescência o isolamento vai-se tornando cada vez maior e o rendimento escolar diminuindo. Estas modificações são frequentemente associadas à crise da adolescência. "Para o adolescente este é um período de confusão, sente-se desconcentrado, não sabe o que se está a passar com ele. O jovem começa a passar grandes períodos frente ao espelho a observar o seu corpo revelando a presença de alterações do seu esquema corporal que podem surgir associadas à vivência psicótica. Isto não acontece só ao nivel do corpo, mas também na consciência de si próprio, apresentando neste caso sentimentos de despersonalização".